Os exames mais importantes para cada etapa da vida da mulher

Manter uma alimentação balanceada e fazer exercícios físicos são hábitos que colaboram para uma vida saudável. Mas o que é essencial para ter uma saúde equilibrada? A resposta muita gente sabe, mas nem sempre coloca em prática: realizar exames preventivos periódicos. O problema é que, com a rotina agitada das mulheres – muitas vezes preenchida por jornada dupla de trabalho e compromissos extensos – os exames preventivos são deixados de lado.

“A prevenção e visitas periódicas ao médico são muito importantes, mesmo na ausência de doenças. Os exames preventivos, embora simples em sua maioria, também podem investigar condições mais complexas. Além disso, a identificação de hábitos prejudiciais como tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e situações relacionadas à saúde mental pode ajudar bastante”, ressalta o ginecologista Gustavo Maciel, assessor médico em Ginecologia do Fleury Medicina e Saúde.

Mas você sabe quais exames são necessários em cada fase da vida da mulher, e para que serve cada um deles? Conheça os mais importantes:

Antes da puberdade
Durante a passagem da infância para a vida adulta, o corpo da mulher passa por diversas transformações, as necessidades mudam e os cuidados também. Por isso é importante lembrar que a saúde das meninas também precisa de atenção.

Ao longo da infância, elas devem realizar consultas com o pediatra para avaliar o crescimento e o desenvolvimento, fazer os exames clínicos e, eventualmente, realizar testes laboratoriais para descartar doenças ou disfunções que podem acontecer nessa fase da vida, como as alterações hormonais, que são sinais importantes da puberdade precoce.

Gustavo Maciel destaca que, muito comumente, a menina pode ser encaminhada para o ginecologista com queixas de corrimento vaginal. Outro ponto importante lembrado pelo médico é que “atualmente, o Ministério da Saúde recomenda que meninas a partir dos nove anos tomem a vacina contra o HPV (Papilomavírus humano), já que essa é a melhor forma de prevenir a infecção”.

A infecção persistente pelo HPV é considerada uma das principais causas de câncer de colo de útero. Esse câncer é responsável por mais de 250 mil mortes por ano no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), e o vírus HPV está envolvido como agente causal em mais de 95% dos casos.

Para atender ao público até 12 anos de idade, o Fleury criou a Vila da Saúde, um espaço inspirado nos personagens da Vila Sésamo, que presta atendimento exclusivo ao público infantil e está presente em sete Unidades de Atendimento da marca. Nesses espaços, há possibilidade de realização de exames sem agendamento prévio. Além disso, todo o acompanhamento dos pequenos é feito por profissionais especializados, desde a realização do exame até a liberação do paciente, e alguns resultados são liberados ao médico solicitante em menor tempo.

Dos 20 ao 30 anos
Após a menstruação e o início da vida sexual, o cenário se modifica e, muitas vezes, o ginecologista solicita uma série de exames que detectam doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) como o HPV, sífilis, clamídia, gonorreia e HIV/Aids, especialmente nas situações de maior risco de exposição a esses microrganismos.

Além disso, exames como o Papanicolaou são muito importantes no auxílio do diagnóstico de várias condições e também no rastreamento de câncer de colo de útero. O procedimento consiste na coleta de material do colo e é importante porque identifica alterações nas células que podem virar câncer, além de trazer informações sobre a flora vaginal, que, em última instância, deve estar equilibrada para que a mulher esteja saudável. Segundo o ginecologista Gustavo Maciel, o exame deve ser feito uma vez por ano. Se houver alterações, a mulher deve conversar com o seu ginecologista, que vai decidir a periodicidade.

Em caso de resultados anormais no Papanicolaou, é indicado que o médico recomende a Colposcopia com ou sem biópsia, que verifica o colo do útero e a vagina com lentes de aumento, facilitando a identificação de qualquer lesão. A Vulvoscopia também é um exame complementar com a finalidade de analisar a pele e a mucosa da vulva. Ambos os exames não precisam ser feitos com frequência, exceto quando solicitados pelo ginecologista.

Já a ultrassonografia das mamas pode ser realizada na juventude e é solicitada pelo médico especialmente para ajudar na avaliação de alterações encontradas durante o exame físico das mamas. Nessa fase da vida da mulher, a mamografia não é indicada como um exame de rotina porque as mamas são mais densas, dificultando a identificação de possíveis nódulos ou calcificações. Assim como os demais exames já citados, a ultrassonografia pode ser realizada no Espaço Saúde da Mulher do Fleury. Esse espaço pode ser encontrado em mais de 20 Unidades de Atendimento da marca e, além de ser exclusivo para o público feminino, permite a realização de todos os exames no mesmo lugar, em sequência, com uma equipe de profissionais que fazem a análise dos resultados em conjunto.

Os Espaços Saúde da Mulher realizam procedimentos como:

Análise Clínica
Colposcopia
Ultrassonografia
Densitometria Óssea
Mamografia
Eletrocardiograma
Endoscopia
Raios X.

Gestantes
A gestação também é uma fase muito importante na vida de muitas mulheres. Para prevenir problemas no decorrer da gravidez, o ginecologista pode solicitar exames como hemograma completo para verificar a presença de anemias, Papanicolaou, perfil hormonal e sorologias, como HIV, assim que o casal decide ter um filho. Nos casos de suspeita de diabetes gestacional, podem ser pedidos glicemia em jejum e teste de tolerância à glicose oral – 75g. Além disso, investiga-se o histórico familiar para saber se a mãe tem ou pode desenvolver pressão alta e problemas no coração.

Para fazer o acompanhamento do pré-natal, o Fleury oferece às grávidas o Gestar Fleury, disponível em seis Unidades de Atendimento. Nesse espaço, a gestante conta com a facilidade de realizar, em um mesmo local e sob os cuidados de uma equipe médica altamente especializada, coletas de sangue, ginecológicas, testes de resposta rápida e exames de ultrassom, além da possibilidade de encaixes de exames sem agendamento prévio.

“O acompanhamento da gestação é importante porque até mesmo uma mulher sadia pode desenvolver complicações, que são detectadas durante o pré-natal. Além disso, a assistência orienta as mulheres sobre as mudanças que vão acontecer no corpo durante a gravidez, como alterações fisiológicas e hormonais”, ressalta o obstetra Mário Burlacchini, coordenador do setor de Medicina Fetal do Fleury Medicina e Saúde e professor na Universidade de São Paulo (USP).

O Gestar Fleury ainda promove, por meio da área de Educação e Saúde do Grupo Fleury, cursos mensais ministrados por médicos especializados para mães, pais e cuidadores.

Durante os nove meses, a gestante realiza diversos exames também de olho na saúde do seu filho. No primeiro, segundo e terceiro trimestres, por exemplo, o obstetra deve solicitar a ultrassonografia morfológica com doppler colorido – método usado para medir o fluxo sanguíneo da mãe e do bebê.

No primeiro trimestre, a ultrassonografia, feita entre a 11ª e 13ª semana, avalia o risco de Síndrome de Down e pré-eclâmpsia. Nessa fase da gestação, pode ser feito o NIPT (non-invasive prenatal test), exame de sangue materno que também detecta síndromes fetais. Já no segundo trimestre de gestação, a ultrassonografia é realizada ao longo da 20ª e 24ª semana, e verifica as chances de malformação, além de determinar o sexo do bebê e monitorar os sinais vitais. Nos últimos três meses da gravidez, o exame serve para avaliar o crescimento do bebê, o líquido amniótico, o cordão umbilical e a placenta.

Dos 30 aos 40 anos
Quando há histórico familiar de câncer de mama, é recomendado que as mulheres façam a mamografia a partir dos 30 anos. Quando não há risco aumentado dessa neoplasia, recomenda-se que o exame seja feito a partir dos 40. “Após essa idade, a mamografia é o melhor método de rastreamento do câncer de mama. Ela consegue detectar microtumores e permite um diagnóstico precoce”, explica o ginecologista Gustavo Maciel.

A mamografia é fundamental para o diagnóstico correto do câncer de mama – quando a doença é descoberta em estágio inicial, as chances de cura são de 90% dos casos. No Centro Diagnóstico Avançado da Mulher do Fleury, localizado na Unidade República do Líbano II, esse procedimento pode ser feito com a mamografia 3D ou tomossíntese, que fornece imagens de diversos ângulos e maior resolução, aumentando as chances de detecção precoce de câncer de mama. Em casos mais complexos, esse centro também oferece suporte de uma equipe médica altamente especializada nos procedimentos diagnósticos, além de possibilitar a realização de exames complementares sem necessidade de um novo pedido médico.

Nessa fase da vida da mulher, o ultrassom transvaginal também pode ser requisitado. Ele é um complemento da ultrassonografia pélvica e possibilita uma melhor visualização do útero, dos ovários e das trompas. Ele costuma ser solicitado quando há queixas de cólicas menstruais e dores abdominais, sintomas muito comuns da endometriose, que atinge uma em cada dez brasileiras e é uma das principais causas de infertilidade, segundo o Ministério da Saúde. Outra finalidade do exame é verificar alterações relacionadas a sangramentos e infertilidade.

Dos 40 aos 50 anos
Outro item que deve entrar na lista de exames de rotina das mulheres é a dosagem hormonal. Durante a menopausa, por exemplo, que se inicia em média entre 45 e 55 anos, o ovário diminui a produção de hormônios como o estrogênio e a progesterona, o que pode gerar consequências, como alterações de energia, oscilação de humor e problemas nos ossos.

“A menopausa impacta a qualidade de vida da mulher porque altera o sono, o colesterol e a glicose. Além disso, aumenta o risco de problemas no coração, câncer de mama, pressão alta e de complicações no endométrio. A mulher também fica mais suscetível a ganhar peso porque gasta menos energia”, destaca Gustavo. Mas, segundo o ginecologista, os exercícios físicos podem ajudar nesse processo.

Assim como os exames ginecológicos são importantes, o coração da mulher também precisa de atenção nessa fase. A partir dos 40 anos, recomenda-se que as mulheres façam avaliações cardíacas. Essa avaliação deve ser iniciada antes se a mulher apresentar predisposição genética ou fatores de risco para doença coronariana, entre eles tabagismo, hipertensão, obesidade, diabetes e sedentarismo. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, as mulheres são as principais vítimas de infarto, com 60% do total de óbitos pela doença.

A determinação exata sobre qual exame fazer e a frequência varia conforme a condição clínica da paciente e da avaliação médica. No Fleury, todos os exames cardiológicos e testes complementares do coração podem ser feitos no Centro Integrado Cardiológico e Neurovascular. Localizado na Unidade Ponte Estaiada do Fleury, esse centro oferece soluções diagnósticas personalizadas em cardiologia e neurologia por meio de um portfólio completo de exames cardiológicos não invasivos.

O espaço ainda concentra tecnologia de última geração, como a ecocardiografia 3D, a tomografia de coronárias e a ressonância magnética de 3 Teslas, que permitem reconstruções tridimensionais de altíssima resolução e com o máximo de precisão.

Dos 50 anos em diante
A atenção com a saúde íntima e com o coração não deve parar com o avanço idade. Pelo contrário. “O rastreamento de doenças como o câncer de mama e de colo de útero e os testes clínicos acompanham a mulher durante a vida toda”, reforça Gustavo Maciel.

Somam-se a esses cuidados a realização de densitometria óssea, que irá investigar uma possível perda de massa óssea, também conhecida como osteoporose, que aumenta após a menopausa. Durante o exame são avaliados a coluna lombar, o fêmur e, quando necessário, o terço distal do rádio (localizado no punho), que são as áreas mais sujeitas a fraturas.

A partir dos 50 anos também é comum que o intestino da mulher fique mais lento e uma alimentação balanceada pode ajudar a superar esse problema. Mas quando o incômodo não passa, é fundamental procurar um médico porque é também a partir dessa idade que as chances de câncer de intestino aumentam. Para confirmar o diagnóstico, o médico pode solicitar a colonoscopia, exame que analisa o intestino grosso (cólon e reto) e quando possível, o íleo terminal (parte final do intestino delgado). Exames de sangue e avaliação oftalmológica também podem constar na lista de cuidados preventivos de rotina para mulheres acima de 50 anos. Os primeiros têm a finalidade de investigar a presença de anemias ou a possibilidade do desenvolvimento de diabetes. Já a avaliação oftalmológica inclui a avaliação da visão, da pressão do olho e o exame de fundo de olho, que consiste em avaliar a retina e o nervo óptico e que pode ser solicitado após alguma queixa na visão ou em casos confirmados de diabetes. Agora que você sabe quais são os principais exames e procedimentos preventivos que devem acompanhar a mulher ao longo das diversas fases da vida, que tal conversar com seu médico e manter seus exames de rotina em dia? Afinal, você pode mais quando se cuida.

Veiculado em  8 de março de 2018